Como a iluminação pode afetar o humor, as noites de sono e a saúde.
O que é o ciclo circadiano?
Antes de falarmos do impacto indesejado da luz artificial sobre nossas vidas, é importante entendermos o que é o ciclo circadiano, popularmente conhecido como relógio biológico.
Todos os animais possuem um ritmo natural, uma espécie de relógio-mestre que regula as funções do corpo com base na iluminação recebida. Naturalmente, a exposição adequada à luz do sol faz com que nosso corpo entre em sincronia com o ciclo do amanhecer e do anoitecer, seguindo um ritmo que se completa a cada 24 horas.
Isso determina em que momentos do dia temos os picos de atenção, quando é hora de aumentar ou diminuir a temperatura do corpo e até mesmo quando o nosso sistema digestivo está mais ativo.
Nos humanos, o principal responsável por regular o ciclo circadiano é uma pequena estrutura localizada no hipotálamo. Ela reage quando recebe estímulos de fotorreceptores denominados células ganglionares intrinsecamente fotossensíveis (ipRGCs).
Mesmo em dias chuvosos a claridade natural do dia, entrando no ambiente, faz com tenhamos mais energia, casa fechada sem nenhuma claridade, não permite que nosso relógio mestre funcione, o que causa mudança de humor, influencia na qualidade noturna e na saúde, afeta inclusive o sistema imunológico por falta da energia prana do dia, as crianças são as mais afetadas em especial as criadas, fechadas em aptos, sem terra, quintal e sem a luz do dia fazendo parte do seu ambiente.
Deixar a claridade entrar em todos os ambientes,em especial nos momento em que precisamos de concentração e energia, para pra mantermos o humor e a saúde.
Em dias chuvosos mantenha as cortinas aberta deixando a clariedade fluir normalmente dentro dos ambientes, se possivel em dias de chuvas leves, deixe pequenas frestas abertas, assim mesmo sem os raios solares aparecendo a energia prana da natureza entra no ambiente, trabalhando no humor, saúde e qualidade do sono.
Por que luz da manhã é crucial para saúde
Num país majoritariamente tropical, como o Brasil, onde a luz enviada pelo Sol é abundante durante a maior parte do ano, é fácil esquecer o valor dessa fonte de iluminação, energia e saúde.
“A luz solar é uma coisa poderosa, talvez mais poderosa do que a maioria das pessoas imagina”, diz o professor de genética humana Steve Jones, da University College London (Reino Unido).
Em outras nações, especialmente no hemisfério Norte, a luz do Sol é menos predominante. Nos meses de inverno, nas regiões mais ao norte da Europa, da Ásia e da América do Norte, o Sol aparece muito menos. Pior: com muita gente passando longos períodos dentro de casas e edifícios, o contato com o Sol ficou ainda menos frequente.
“De certa forma, a vida moderna nos levou de volta à Idade de Pedra, quando vivíamos em cavernas”, afirma Jones, preocupado com a vida que muitos hoje levam longe do Sol. Segundo ele, os efeitos negativos de uma vida longe da luz solar foram confirmados por muitos estudos realizados ao longo das últimas décadas.
“Nos anos 1960, houve vários experimentos, feitos pelos franceses que foram para dentro de cavernas e ficaram por lá”, relata o professor. O que aconteceu com essas pessoas?
“Todos começaram a dormir ou por períodos de tempo extraordinariamente longos ou extraordinariamente curtos, e eles não conseguiam perceber a diferença.”
Os problemas não se limitaram a distúrbios no sono. “Todos eles disseram que sofreram de graves abalos no humor e depressão, tanto que muitos tiveram de sair muito antes do que haviam planejado.”
Para identificar os efeitos da falta do Sol na vida e na saúde das pessoas, no entanto, não é preciso que elas vivam dentro de cavernas. Basta apenas observar seu comportamento durante o inverno em regiões de latitudes altas, quando em muitos dias encobertos a luz solar aparece muito pouco.
“No inverno, nós nos sentimos meio estranhos”, diz o professor Steve Jones. “A falta de luz do Sol significa que seu sistema imunológico não funciona tão bem, seus mecanismos de defesa não funcionam tão bem.
O tempo do corpo
Isso ocorre porque nosso corpo possui o chamado ciclo ou ritmo circadiano, como explica Aarti Jagannath, professora associada de neurociência clínica da Universidade de Oxford (Reino Unido).
“Efeitos no humor, aumento de depressão, mais distúrbios metabólicos, todas essas coisas são ramificações de um relógio circadiano abalado”, afirma.
Todos nós dependemos de nosso ritmo circadiano. Trata-se de um medidor de tempo interno regulado para um período de 24 horas que está presente em todo tipo de vida na Terra. “Ele controla o tempo de toda a nossa fisiologia e todo nosso comportamento”, explica Jagannath.
“Todos os tipos de processos ativos são compartimentalizados dentro do dia, e todos os processos restauradores são mantidos na noite.”
O ritmo circadiano é definido todos os dias pelo nascer do Sol, e a primeira luz da manhã é a mais importante para essa definição.
Caminhadas sob o sol ajudam a manter o corpo em sintonia com o ciclo do dia
“Os comprimentos de onda que têm o impacto mais poderoso são os de coloração levemente azulada”, diz a professora Jagannath. “Nos nossos olhos existem essas células que têm um pigmento sensível a essa luz azul e sinalizam ao relógio do organismo, para informar qual é a hora do dia.”
É um fenômeno que ocorre nos olhos sem ligação com a nossa capacidade de enxergar. Essas células ganglionares detectam níveis de luz, mas não têm nada a ver com a visão. Elas têm a mesma importância para a definição do ritmo circadiano de pessoas com deficiência visual.
“Muitas pessoas não se dão conta da vida artificial que nós levamos”, afirma Steve Jones. “Isso porque vida artificial depende de luz artificial.” Quem paga o preço da substituição de um processo de iluminação natural por outro criado artificialmente é o nosso organismo, que recebe informações desencontradas.
“A busca por luz artificial fornece ao seu corpo um sinal de tempo que é incorreto”, diz Aarti Jagannath. Então você pode acabar sentindo-se mais alerta à noite ou muito mais deprimido durante o dia.”
A solução? Precisamos manter uma rotina que ajude nosso organismo a se manter saudável, mais de acordo com a maneira com que o dia se desenvolve.
“Fazer refeições na hora certa, ir para a cama na hora certa e ir ao ar livre, caminhada diária de 20 minutos e alguma exposição à luz [natural]”, dias chuvosos mantenha todo ambiente iluminado pela luz natural.
“Simplesmente estar ao ar livre e expor-se à luz, para que você possa corrigir seu relógio circadiano, terá um enorme impacto benéfico na sua saúde e bem-estar.”
Ou, como recomenda de forma direta o professor Jones: “Não se refugie em sua caverna. Em outras palavras, quando claridade sair, abra tudo aproveite. Se possível faça uma caminhada de 20 minutos ou permaneça em uma varanda por 20min, mais o importante é a claridade entrando durantes todo dia, não a meia luz das cortinas ou a escuridão de janelas fechado, seu sistema circadiano dessa forma entra em colapso. Esse é o conselho médico”.